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Quando as coisas são maiores do que nós

Atualizado: 11 de jan. de 2023



Você se lembra do Gigante? Aquele, que vivia lá no reino de cima, aonde ia o pé de feijão do João?

E dos dragões? E do Moby Dick?




O mundo simbólico que encontramos nas mitologias e também nos contos infantis mostram um fato interessante.

As figuras que representam os vilões, costumeiramente, são de um tamanho imenso, com bocas enormes.

É a típica aparência do pavor: é imenso, incontrolável e irá engolir tudo.

Um outro traço comum é quando, frente à ameaça, sem forças para fugir ou lutar, a resposta é congelar. É quando os personagens ficam azuis ou brancos, abrem muito a boca e olhos; mas não emitem nenhuma ação.


Este mundo só existe na fantasia porque o conhecemos em nosso universo íntimo; e desejamos muito que algo nos salve.


É comum nos sentirmos parados, congelados, de olhos arregalados.

Não estamos acostumados à clausura e dias de incerteza. Achamos que temos controle sobre a vida. Somos seres de fluxo e o freio de mão foi acionado.

Temos que aprender, em tempo ultra rápido, novas soluções para viver.

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Em momentos assim vem o pedido de ajuda com a pergunta frequente: o que posso fazer? Na realidade, gostaríamos mesmo de encontrar o botão de controle e cessar a dor.


O corpo pela sua natureza química, necessita movimentar-se. É, literalmente, dar serviço ao maquinário.


Você - e somente você - pode fazer por você.

Isso significa, direcionar um pouco do seu tempo, energia e dedicação para si mesmo, praticando pequenos exercícios de liberação emocional, respiração, meditação, movimentos livres corporais, jogos criativos de ressignificação.


Enquanto nos entregamos à atividade, o cérebro vai estabelecendo bioquímicas do bem estar; é preciso entender que este rearranjo químico é uma resposta natural e para que funcione é preciso que você se ponha em ação, para então experimentar o benefício da mudança.


A tendência do corpo é produzir os químicos necessários para enfrentar as crises do modo mais saudável possível; mas temos que deixar o marasmo, o desejo de fórmulas mágicas, a criança do conto infantil que deseja um herói.

Precisamos tomar nas nossas mãos, a responsabilidade e o compromisso pelo bem estar pessoal.


Desejamos uma anestesia forte, que nos leve para reino encantado. Mas o reino é por aqui mesmo e ações são o que contam.

Busque boas informações e se cuide bem.


Segue um exercício bem prático:

Material

Pegue duas folhas de papel.

Numa delas escreva o que te incomoda (medo , pavor, angústia, ansiedade , etc) escolha somente um ítem.

Na outra folha escreva um recurso. Recurso é algo que te faz sentir bem ( seu gato, uma cor, o colo da avó, uma música, etc ) escolha um item.


Preparação

Escolha um lugar no chão para colocar seu incômodo.

Escolha outro para colocar o recurso.

Deixe esta escolha de lugar fluir intuitivamente.


Prática

Entre, pise mesmo, no local onde está o recurso. Sinta o que acontece. Preste atenção no seu corpo. Vá "escaneando" suas sensações, fixando a memória de bem estar, de força que vem deste recurso.

O recurso é um ponto de força. Vá percebendo a sua fisiologia. Postura de pés ( ambos estão no chão igualmente?), a respiração ( está livre?), quais sentimentos?, etc...

Vá encontrando no seu corpo esta força.

Saia da posição.


Agora entre no lugar do incômodo. Sinta o que acontece. Preste atenção no seu corpo.

Perceba a fisiologia, onde está fraco ?, os sentimentos? etc...

Pode ser que vc queira sair. Tudo bem. Não se obrigue, respeite seu limite.


Volte lá na força. Tome a força.

Vá no incômodo. Repita.

Volte na força.


Vá percebendo como o incômodo vai perdendo potência, cada vez que você se conecta mais com o recurso. O gigante ameaçador já não é assim tão grande, não é?

Pare quando desejar.

Você pode repetir com outros incômodos. Brinque, jogue o jogo da ressignificação.


O objetivo destas ações de dedicação é que você possa mudar de um estado crítico para uma espaço interno mais saudável e leve, enquanto isso a tempestade passa e os gigantes ameaçadores voltam a dormir.





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CELIA BARBOZA

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