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O que há de saudável na rotina.

Atualizado: 11 de jan. de 2023

Como as demais coisas da vida, o estresse tem fases.


Inicialmente, o impacto do evento evoca as respostas do corpo, que visam aumentar as condições de sobrevivência, que são: lutar, fugir, congelar ou desmaiar.


Na primeira fase, que é a fase de alerta, dentro das quatro possibilidades de reação, a organização corporal inata vai oferecer a resposta possível. Ou seja, a pessoa terá a reação que tiver, podendo ser surpreendente para as pessoas próximas, já que pessoas muito proativas poderão congelar e os mais apáticos, serem capazes de correr quilômetros.


Na segunda fase, descrita como fase de resistência, podemos ter reações opostas aquelas experimentadas na primeira fase. Aqui é onde tomaremos ações na tentativa de voltar para a normalidade. Faremos estoques, oferecemos ajuda, participamos de muitas ações, cantamos na varanda, mobilizamos nossa energia para tentar colocar a casa em ordem e isto é gerador de cansaço.


Caso as razões do estresse, como o confinamento, se demorem mais do que esperamos, inicia-se uma fase descrita como quase-exaustão. Nesta fase, o processo de cansaço, distração, desânimo, começam a aparecer. Aqui verifica-se variações de humor e emocionais, entre ansiedade, prostração ou hiperatividade, afetando o sono, o apetite, a regulação da sede e desejo sexual.


Nada mudando, na última fase, exaustão, a pessoa já não consegue sustentar equilíbrio, tendendo à profunda prostração, com um comportamento de energia depressiva.

Percebo esta fase como perda de motivo-para-ação.


Este paradigma é denominado modelo quadrangular do estresse e há bastante literatura disponível.


Penso que o conhecimento faz toda a diferença, para que possamos nos conhecer e ter melhores possibilidades de respostas.


As fases do estresse referem-se às dinâmicas bioquímicas naturais do corpo. Quer dizer, eu e você passaremos por elas, nas mesmas condições de pressão e tempo, porém, se tivermos aprendido a reconhecê-las, teremos chances de nos auxiliar e auxiliar outras pessoas.


Quando aqueles garotos ficaram presos na caverna deram um exemplo ao mundo; estavam a nos ensinar o que devíamos desenvolver como habilidade.

Se não desenvolvemos recursos de resistir "na caverna", nem todos os canais abertos da tv à cabo e um milhão de cursos livres e aulas grátis, serão capazes de manter um estado que possa fazer lidar melhor com o estresse pós traumático. A habilidade em questão é educar a mente para o estado do agora.


Então é sobre meditar, sobre fazer suas práticas de corpo. Sem dúvida!

Mas é, prioritariamente , sobre ter objetivo e rotina. Sobre dar sentido e direção.


Na caverna, o objetivo dos meninos era manterem-se vivos nas melhores condições, isto levou à que a rotina de meditação ganhasse um significado profundo, onde o ato de meditar estava direcionado à algo que poderia ser alcançado. Havia motivo- para- a- ação.

Nosso cérebro tem uma área específica de premiação; aquela sensação de missão cumprida.

Na meditação em si não há intenção envolvida, mas o ato de meditar, como rotina, sim.


Acontece que não estamos presos numa caverna, podemos olhar pela janela e nos expor a uma quantidade imensa de informação-desinformação. Mil e quinhentas lives anunciando o melhor jeito de você lidar com você. Listas intermináveis de cursos. Infindáveis exercícios de respiração.


Mas, entre tudo isso, você precisa definir aquilo que realmente te faz bem e tem sentido, para que a rotina produtiva leve para a sensação de utilidade/missão cumprida e compense boa parte dos fatores estressores.

Algumas pessoas encontram essa sensação na corrida e treinos diários.


Se você tem crianças em casa, é importante que eles tenham suas rotinas, para estudar, horários para comer e dormir, regras para ficar fora da tv. Transfira para elas alguma rotina de responsabilidade, como regar as plantas, por exemplo.

Adultos precisam encontrar novos projetos, ou cursos mais difíceis; aqueles com começo, meio, fim e tarefas. Algo que te desafie de verdade e não seja apenas uma distração.

Há uma população especialmente vulnerável, que são os idosos. Muitos vivem sozinhos e sua atividade social resume-se aos templos religiosos e diminuição das conexões sociais.

Idosos, por resposta natural do fato de envelhecer, tem seus estímulos de fome e sede paulatinamente diminuídos, sendo a desidratação uma das maiores razões de quedas em idosos.

Se você tem vizinhos ou parentes nesta condição, uma ligação de três minutos, para perguntar como dormiram e se beberam água, poderá ajudá-los a passar mais um dia, fora da fase da exaustão.

E talvez, dedicar atenção a alguém, seja uma boa rotina para você também.


Depois de arrumarmos os armários, precisaremos de algo com sentido e direção. Chama-se ROTINA PRODUTIVA. Não é uma corrida de obstáculos, mas estímulos são importantes.


Lembre-se: sem rotina, sem prêmio. E celebre cada tarefa da sua rotina. O cérebro gosta e o sistema imunológico também.


Trecho com o link do Correio Brasiliense


"Muitos desses sintomas, e da gravidade deles, dependem de alguns fatores. Por exemplo, se a quarentena é voluntária ou forçada pelos governos, assim como a extensão da rede de suporte social. Acesso a notícias precisas também media esse processo. Já informações repetitivas que permeiam o ciclo de notícias de 24 horas podem piorar o estresse, alerta.'




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CELIA BARBOZA

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