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Cavalo de Troia

Atualizado: 18 de abr. de 2020

"O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira construído pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada de Troia, cujas ruínas estão em terras hoje turcas. Tomado pelos troianos como um símbolo de sua vitória, foi carregado para dentro das muralhas, sem saberem que em seu interior se ocultava o inimigo. À noite, guerreiros saem do cavalo, dominam as sentinelas e possibilitam a entrada do exército grego, levando a cidade à ruína. A história da guerra foi contada primeiro na Ilíada de Homero, mas ali o cavalo não é mencionado, só aparecendo brevemente na sua Odisseia, que narra a acidentada viagem de Odisseu de volta para casa. Outros escritores depois dele ampliaram e detalharam o episódio. " "A expressão "cavalo de Troia" se tornou largamente usada na cultura popular, sempre com o sentido de um artifício astuto, enganoso e perigoso, que possibilita a penetração dissimulada em território inimigo, e é a origem da expressão "um presente grego", quando recebemos algo de aparência agradável mas que produz más consequências. Denomina uma técnica de negociação baseada na mentira, uma estratégia militar deceptiva usada em inúmeras variantes por exércitos desde a Antiguidade, e um tipo de vírus de computador que se disfarça como um programa legítimo para ganhar acesso às máquinas dos usuários e iniciar a destruição dos programas instalados, roubar senhas e operar danos de outras naturezas". Ambas citações estão na wikipedia, e referem-se a informações sobre as obras de Homero ( Ilíada e Odisseia). Os grandes clássicos, os mitos, expõem a natureza humana e a eterna luta interior. Na antiguidade, sempre que uma cidade conquistava outra, as bibliotecas, os sábios, os cientistas, os poetas, eram preservados e integrados.

Eles sabiam que o conhecimento estava na base dos impérios. E o conhecimento sobre as estrelas, o ambiente, os fatores externos, falavam também sobre que acontece dentro do ser; por apurada percepção orgânica, no que podemos chamar de espelhamento. Se ocorre fora, ocorre dentro. Compreendendo os movimentos, chega-se a compreender o homem. Não há um consenso se o cavalo de troia, enquanto obra, existiu de fato, mas sempre que nos referimos a esta história e principalmente, a imagem que ela evoca, o sentimento é de ter recebido de alguém, um presente enganoso, talvez misturado a um sentimento de injustiça. Cansados da guerra, provavelmente porque a guerra já não fazia sentido, e querendo muito que uma ordem, advinda de um superior, declarasse o fim do tormento, que viria de encontro ao desejo profundo de descanso, a sinalização de rendição do inimigo caiu como um unguento. Por um momento, toda a ameaça se desfaz e o inimigo é bem vindo. E o que isto pode revelar sobre nós? Quando nos sentimos fracos, esperamos por uma salvação externa. Ansiamos por um cavalo de troia. Cansados, nos tornamos invigilantes. Invigilantes, não cuidamos do nosso território. Assim, nos tornamos vítimas de uma espécie de " trojan" pessoal. Os troianos estavam em guerra e não tomaram conta deles mesmos. Não são vítimas dos gregos. Dentro do cavalo, além dos soldados, estavam a invigilância, a negligência, a falta de sentido, a infantilidade, a irritação, a projeção... De uma certa forma estamos sempre nestas batalhas. Insatisfeitos, incompletos, esperançosos, ansiosos para que algo mude do " lado de fora", para que nos sintamos confortáveis e nossa história seja outra. Tomar conta de si mesmo, conhecer os territórios pessoais, dar contorno, identificando esses "trojans", é o processo de tomar responsabilidade pelas experiências. Talvez, neste conteúdo do cavalo de troia, algo esteja te movimentando a se alimentar pessimamente, fazer empréstimos, usar drogas, manifestar violência, culpabilizar o outro, comprar compulsivamente, corroer-se em ressentimentos. De acordo com o poema, o que matou os troianos foi a bebedeira que os adormeceu. Os gregos apenas estavam lá.


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CELIA BARBOZA

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