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A incansável tarefa de acender

Atualizado: 2 de jun. de 2019


Há algum tempo nutria o desejo de compartilhar pensamentos e experiências. 

Não estava muito convicta que deveria fazer um site, um blog, pois parece que todos estamos com muita urgência de informação. Fui tratar de tecer outras redes, saber outros saberes. Neste tempo, questionei, revirei, debati, encontrei pessoas, priorizei o tempo para dar um tempo. O hábito regular de estudar e minha mente curiosa, me levaram à muitos encontros, como seria de esperar, com muitas pessoas fazendo seu trabalho de acender a luz para o mundo.

Acendedor de lampiões já foi uma profissão. Eles tinham o dever de iluminar o caminho, literalmente. Mesmo depois do advento da eletricidade, as redes elétricas não cobriam toda a cidade, e os postes tinham esses lampiões que precisavam ser acesos, um a um, ao cair da tarde, com operação inversa todas as manhãs.

Iluminar o caminho; tecer uma rede de luz. No meu próprio caminho,  encontrei diligentes acendedores em sua bela tarefa de fazer redes. Diante da minha dúvida, escrever ou não escrever, surgiu a reflexão de que eu não poderia mudar nada, ficando de fora da comunicação. Porque sempre há algo útil que pode ser comunicado. Porque há sempre alguém que precisa daquilo que você quer comunicar.

Porque quando me dirijo à você, é comigo que dialogo. E porque acendedores, acendem, ora bolas. E reconhecem o escuro.


Como terapeutas seguimos o movimento de apoiar para acender a luz que brilhará por si só. No mais das vezes só precisamos mesmo é do escuro, da sombra.

Eu sou terapeuta. Ajudo as pessoas a reconhecer seu potencial, para que se apropriem de si mesmas e do que sentem.

Foi muito bom me definir e amplificar minhas percepções.

Novos desafios, novos limites-não limites e a restauração do meu desejo de partilhar, onde espero que você encontre acolhida e um canal  para se expressar, se assim desejar.

Para nosso deleite, fica o poema iluminativo de Jorge de Lima, lembrando que quem supostamente ilumina, nem sempre tem o luminar em sua morada.

O acendedor de lampiões Jorge de Lima "Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Este mesmo que vem infatigavelmente, Parodiar o sol e associar-se à lua Quando a sombra da noite enegrece o poente!


Um, dois, três lampiões, acende e continua Outros mais a acender imperturbavelmente, À medida que a noite aos poucos se acentua E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita: — Ele que doira a noite e ilumina a cidade, Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua Crenças, religiões, amor, felicidade, Como este acendedor de lampiões."

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